Os genes e os hábitos de exposição ao sol durante a infância podem desempenhar papel importante no risco do aparecimento do melanoma. É o que mostra um estudo que estabeleceu uma ligação entre a exposição aos raios ultravioleta em crianças, queimaduras solares e biomarcadores de risco de melanoma, com o número de sardas ou verrugas que se desenvolvem durante a infância.
A exposição aos raios ultravioleta nos primeiros estágios da vida confere um risco aumentado de se desenvolver melanoma futuramente e também desempenha um papel no desenvolvimento de pintas ou nevos melanócitos, que podem ser um biomarcador para o risco de melanoma e, ocasionalmente, um precursor imediato.
Além dos hábitos, certas variações genéticas também foram estudadas, e o estudo mostrou que as crianças com certas combinações de variantes de genes de olhos azuis e variantes genéticas do cabelo vermelho são particularmente mais suscetíveis à formação de verrugas à medida que se expõem ao sol.
Para a pesquisa, foram usadas amostras de DNA e informações sobre a exposição solar de 477 crianças para avaliar o efeito de diferentes níveis de exposição ao sol na formação de manchas e sardas em relação a fatores genéticos conhecidos por estarem associados com melanoma.
Acompanhando o comportamento das crianças entre 2004 e 2008, os pesquisadores descobriram que o número de pintas e sardas aumentou entre as crianças em cada ano consecutivo. Além disso, o número total de queimaduras solares e exposição solar crônica também aumentaram no mesmo período.
O estudo também demonstrou pela primeira vez que as crianças que têm determinado gene, cor do cabelo vermelho, exibem significativamente mais sardas à medida em que são expostas ao sol. Os resultados deste estudo servirá para identificar comportamentos específicos que podem ser alterados em crianças que apresentam alto risco de desenvolver o melanoma no futuro.