O transtorno bipolar de humor é caracterizado pela alternância de períodos de depressão e hiperexcitabilidade (mania). O humor de cada período é acentuado: os períodos de depressão são profundos, nos quais pode haver risco de suicídio, e os períodos de mania são marcados por extravagâncias nas atitudes e no dia a dia em geral, como por exemplo gastar compulsivamente. Resumindo, o paciente alterna entre extremos de felicidade e tristeza. É uma doença que causa muito sofrimento ao paciente e às pessoas próximas, e pode representar perigo.
A ciência ainda não descobriu a causa da doença, mas sabe-se que alguns fatores influenciam no seu desenvolvimento. São eles:
- Alterações físicas no cérebro: o cérebro possui regiões que controlam as emoções, motivações e recompensas. As alterações nessas áreas causam um desequilíbrio nesses sentimentos.
- Desequilíbrio de neurotransmissores.
- Desequilíbrio hormonal.
- Histórico familiar da doença: filhos de pais portadores são mais propensos a desenvolver a doença, o que evidencia uma influência genética para o problema.
Outros fatores de risco podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno:
- Estresse intenso
- Abuso de álcool e drogas
- Mudança de vida e experiências traumáticas.
Sintomas
É importante distinguir a euforia/tristeza normais frente a acontecimentos normais da vida daquela causada pelo transtorno bipolar. Passar no vestibular, vencer um concurso, ou fazer aniversário são situações nas quais é normal se sentir feliz e agitado. A morte de uma pessoa próxima, uma demissão ou o termino de um relacionamento geram tristeza. O que caracteriza o distúrbio é uma reação totalmente desproporcional ou inadequada ao acontecido.
Sintomas maníacos: agitação, redução da necessidade de sono, pouco controle do temperamento; compulsão alimentar, por bebidas ou drogas; promiscuidade, gastos excessivos, auto estima extremamente alta, hiperatividade, grande envolvimento em atividades, capacidade de discernimento reduzida.
Sintomas depressivos: desânimo, tristeza, dificuldade de concentração, perda de peso e auto estima, falta ou redução no apetite, falta de energia e fadiga, insônia ou hipersonia, sentir-se inútil, sem esperança ou culpado; pensamentos de morte e suicídio.
A duração de cada fase é muito variável: os períodos podem ter intervalos de dias, semanas ou meses.
Tratamento
Há tratamentos eficazes para o transtorno, que em poucas semanas revertem casos graves de euforia. Medicamentos como o lítio, anticonvulsivantes, antipsicóticos e antidepressivos são utilizado para estabilização do paciente. É necessário um cuidado para, ao se fazer uso de antidepressivo, por exemplo, não se ocasionar uma virada do quadro para euforia (o inverso também pode ocorrer).
O tratamento é multidisciplinar e pode durar muitos anos; o ideal é que seja acompanhado por médicos, psicólogos e neurologistas. Terapias individual e familiar e mudanças no estilo de vida são de grande auxilio no tratamento. O primeiro passo da equipe médica é tentar diagnosticar os eventos desencadeadores da oscilação de humor. Caso o paciente apresente comportamento perigoso, que o coloque em risco, há a necessidade de internação até que se restabeleça o equilíbrio. Após período de estabilização, o tratamento segue focado na manutenção do humor em equilíbrio. Caso o paciente faça uso de álcool ou drogas, o tratamento também deve abranger a cura desses vícios.
É importante frisar a importância da escolha de um profissional qualificado para o tratamento. Um médico de confiança passará segurança ao paciente, e isso é positivo para os resultados.